Confesso que o facto de ter constatado que não tinha bateria, poucos segundos depois de ter ligado a máquina fotográfica para começar a reportagem do dia ainda no comboio (a M. estava linda, ali mesmo à minha frente!) me deixou quase seriamente irritada. Quase. E por pouco tempo.
Se há exercício que os anos me têm ensinado e a idade tem sedimentado com considerável mestria é o de aceitar, cada vez com mais pacificação, o que a vida me traz de incontornável. E se é verdade que, para mim, a regra é o numero de fotografias ser proporcional ao tamanho da felicidade, este dia foi uma belíssima excepção.
De resto, por fora, nada de novo. Um mar deslumbrantemente cálido. Um céu incansavelmente azul. Um Sol generosamente quente. Crianças felizes. A minha longa caminhada à beira mar. Os sons que me acompanham sempre.
E eu acho que é por fora que se fotografa o coração.
Ao fim do dia um jantar longo. E as conversas que se perdem pelo calor da noite dentro.
E a minha M. com o seu terno e eterno sorriso feliz.
Seria necessário pedir mais?...
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